terça-feira, 24 de março de 2009

Trecho publicado em um Blog


A imprensa toda deu repercussão. O jornal O Globo trouxe no dia 24/03 uma fotocópia do contracheque do Coronel David, mostrando que de fato recebia esse auxílio-moradia. E o Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, na terça-feira, anunciou que ordenara o corte desse auxílio-moradia e determinando que, se houvesse mais casos similares, que se procedesse da mesma forma.

Vejo o que acontece na cúpula da nossa PM do Rio: “olha, cortamos o auxílio-moradia dele, está resolvido o assunto”. Que moral passa a PM para o restante da sua tropa? Será que um comandante de qualquer batalhão vai querer dar um dia ou dois de detenção para um subordinado seu, porque ele chegou três minutos atrasado ao batalhão? Será que esse militar punido não vai ter o direito de questionar: “olha, cheguei atrasado não por causa do trânsito, mas porque estou com um problema familiar em casa, e vou ficar preso enquanto algum oficial bota dinheiro no bolso indevidamente e nada acontece com ele?”
A cúpula da PM hoje está desmoralizada. E eu acho que a imprensa tem um papel importante nisso, que a sociedade também está tendo um papel importantíssimo na MUDANÇA nesse quadro da cúpula da PM, o que eu espero aconteça em breve.

Um capitão da PM que fora dar um abraço num amigo seu de turma, da Corporação, o Coronel Menezes que cumpriu os quatro dias de detenção. Quando ele saiu, algumas pessoas, inclusive eu, esse Capitão da PM também, estávamos lá para lhe prestar solidariedade. Sabem o que aconteceu com ele? Simplesmente, ele que estava no GEPE, grupamento voltado para o policiamento em estádios, foi transferido para o MOVE. Repito, nada contra uma transferência, todo policial militar sabe que quando entra para a corporação pode ir para qualquer lugar do Estado. Mas agora ficou nítido que foi uma retaliação, ainda que pequena, mas a tropa encara também dessa forma: “olha, não pode nem dar um abraço no amigo” e, sem pronunciar uma palavra, ele sofre uma perseguição dessa!
Eu repito: não é nenhum problema pessoal com um oficial ou qualquer militar. Primeiro, estou zelando pelos cofres públicos e pela moralidade. E, segundo, estou trabalhando para que a tropa não fique ainda mais desmotivada e ainda mais desvalorizada por causa desse péssimo exemplo que a cúpula da PM está dando.

Fonte: Blog Praças da PMERJ

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